“Eu gosto de muitas áreas”: como lidar com a dúvida entre dois ou mais cursos?
O Brasil possui mais 400 opções diferentes de cursos reconhecidos pelo Ministério da Educação getty images Escolher qual curso fazer na faculdade pode vira...
O Brasil possui mais 400 opções diferentes de cursos reconhecidos pelo Ministério da Educação getty images Escolher qual curso fazer na faculdade pode virar um momento muito conflitante para os estudantes, especialmente os que se identificam com muitas áreas. A decisão, que marca o início da vida acadêmica, costuma vir acompanhada de expectativas, comparações e receios sobre o futuro. Mas é importante lembrar: esse sentimento é comum e normal. Segundo a psicóloga educacional Nicole Benevides, coordenadora no Núcleo de Saúde do Colégio Daulia Bringel, a dúvida entre cursos surge justamente porque a escolha envolve tomar uma decisão sobre o futuro. “Além disso, muitos jovens ainda estão em um processo de descoberta: entender quem são, o que gostam, quais são seus valores e o que realmente faz sentido para eles”, completa. A profissional afirma que, diante de tantas opções de carreiras hoje em dia, é natural que o estudante se sinta confuso e sobrecarregado. Ela alerta que a ansiedade e incerteza para o futuro podem atrapalhar e tirar o foco do que realmente importa: o processo de autoconhecimento. Interesse passageiro x interesse real Uma dificuldade comum, é diferenciar um interesse genuíno de um momento de curiosidade. Para Nicole, a afinidade costuma se mostrar quando o interesse se mantém com o tempo. É quando o estudante não apenas pesquisa sobre o tema, mas se imagina atuando na área e sente vontade de aprender mais. Já o interesse passageiro costuma ser mais passageiro e influenciado por terceiros, como modas, redes sociais ou a idealização de uma profissão. “Observar o quanto aquele assunto realmente se conecta com seus valores e habilidades ajuda muito nessa diferenciação”, afirma. Nicole Benevides, psicóloga educacional e coordenadora no Núcleo de Saúde do colégio Daulia Bringel getty images Como fazer a melhor escolha? A psicóloga destaca alguns passos para que o aluno consiga fazer a melhor escolha. O primeiro é se conhecer, identificar o que gosta, o que não gosta, em que tipo de ambiente se sente bem e que tipo de rotina gostaria de ter. Em seguida, o estudante pode buscar vivências práticas, participar de feiras de profissões ou estágios curtos, que podem ajudá-lo a enxergar a realidade dos cursos de interesse. Por fim, Nicole afirma que o aluno deve ver essa escolha como o começo de um caminho que ainda pode ser ajustado com o tempo. “Ter essa flexibilidade diminui a pressão e ajuda o jovem a enxergar a escolha de forma mais leve”, completa O papel do teste vocacional Um dos métodos mais procurados nesse momento de decisão é o teste vocacional, uma ferramenta que auxilia, por meio de perguntas e atividades, o estudante a organizar informações gerais sobre seus interesses, a fim de ter uma resposta sobre que área profissional seguir. A psicóloga educacional afirma que o teste é um recurso valioso, mas não substitui a reflexão pessoal e o diálogo com profissionais da área. “O ideal é que o teste seja acompanhado por uma conversa com o psicólogo, para que o aluno compreenda os resultados e possa usá-los de forma construtiva”, explica. Nicole destaca que muitas pessoas podem confundir o teste vocacional com um processo de orientação profissional. Enquanto o teste é pontual, a orientação envolve uma sequência de encontros, atividades de autoconhecimento, exploração de áreas e reflexões sobre projeto de vida. Essa abordagem mais profunda ajuda o jovem a compreender que a escolha profissional não diz respeito apenas à carreira, mas ao tipo de vida que deseja construir. O medo de se arrepender O medo de fazer a escolha errada é muito comum, mas é fundamental a compreensão que, se o jovem mudar de ideia depois, não é um fracasso, é parte da vida. “O mundo do trabalho está em constante transformação: surgem novas profissões, as áreas se misturam, e muitos profissionais hoje trilham caminhos que sequer existiam há alguns anos”, destaca Nicole. Para a psicóloga, isso mostra que não existe escolha única e definitiva, o mais saudável é pensar em uma escolha “possível e coerente” com o momento atual. “Quando o jovem entende que pode se reinventar, a pressão diminui, e ele ganha liberdade para viver esse momento com mais leveza e curiosidade, que são duas atitudes que tornam qualquer decisão muito mais significativa”, completa. Está preparado para tomar o próximo passo rumo à trajetória profissional? Estude na Unifor, a única universidade particular do Ceará segundo diversos rankings acadêmicos nacionais e internacionais. Acesse www.unifor.br para conhecer os cursos de graduação disponíveis e as formas de ingresso para 2026.1, que inclui a nota do Enem.